terça-feira, 23 dezembro, 2025

Sobre datas e aprendizados – por Ana Castelo Branco

 

Olá, moms!

Tudo bem?

Hoje é um dia muito especial! Dia 21 de março é o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data escolhida não foi à toa, muito pelo contrário, existe toda uma referência por trás dela, mas quem vai falar sobre isso é a nossa querida colunista e redatora publicitária, Ana Castelo Branco.

Ela é mãe da Helena e do Mateus, que tem Síndrome de Down. Com muito carinho, a Ana escreveu um texto emocionante para postarmos no dia de hoje. Nós ficamos encantadas – e emocionadas – com cada palavra, por isso, nada mais justo que compartilhar esse post (cheio de amor!) com vocês.

Confiram!

 


 

 

Hoje é o Dia Internacional da Síndrome de Down. A data não foi escolhida à toa. Dia 21/3. Uma referência ao terceiro cromossomo 21 que é a causa da Síndrome. Se você não sabia dessa história toda, fique tranquila. Eu também não fazia a menor ideia até quatro anos atrás, quando nasceu o meu filho Mateus que, além de trazer todas as emoções do primeiro filho, também chegou com esta surpresinha.

De lá pra cá, descobri isso e muito, mas muito mais. Em um primeiro momento, disse aos amigos que não seria ativista da causa, que levaria uma vida “normal” com meu marido e meu filho. Eu não tinha chegado ainda no capítulo que ensina que esse lance de “normal” simplesmente não existe e que mães são ativistas por natureza.

Entre estes primeiros sentimentos, um deles era o de ter um certo bode em relação à data. Ela não me caía bem. Parecia uma compensação politicamente correta para os outros 364 dias de preconceito e desigualdade. Como assim, tirar um dia para celebrar a característica que está longe de ser o que meu filho tem de melhor?

Porque não, não é. Se tem um sentimento que nunca mudou desde o primeiro momento em que a Síndrome de Down entrou em minha vida é o de que meu filho não é especial, não é um anjo e eu não sou uma mulher escolhida à dedo para uma missão mais elevada que a da maioria das mães. Acho muito equivocado glamourizar a síndrome. Para mim, isso não é “fazer de um limão uma limonada”. É querer se convencer que o limão não é azedo. Eu e minhas analogias malucas.

Mas este março de 2017 está especial. Nunca falou-se tanto sobre o assunto. A data ganhou uma importância tão grande que contaminou o mês inteiro. Desde o dia 1º, perdi a conta das reportagens que li, das entrevistas que assisti, dos seminários, das exposições, das campanhas publicitárias inclusivas. Está lindo de ver.

Por isso, este ano, fui obrigada a baixar minha guarda para reconhecer e comemorar a data. Nunca dando parabéns ao meu filho (assim, como os parabéns no Dia da Mulher também me incomodam). Mas vibrando com tantas oportunidades para falar sobre a questão, para debater direitos e botar nossa cara com olhinhos amendoados e narizes pequenos na rua.

Escrevo este texto com o coração aos pulos para correr de volta para a TV e assistir a todos os amigos reais e virtuais que sei que aparecerão hoje em diversos programas. Escrevo feliz e muito emocionada.

Por isso, agradeço a você que se interessou pelo post e chegou até aqui neste texto enorme. Mais que uma leitora, você é uma oportunidade muito importante. Uma oportunidade para eu dizer que o seu filho e o meu têm muito mais semelhanças que diferenças. Que você não precisa ficar procurando as palavras corretas para conversar com a gente. Nossa, você já tem tanta coisa com que se preocupar. Não coloque mais este item na lista. As palavras “erradas”, quando ditas com carinho e verdade, também serão ouvidas com carinho e verdade. Talvez, eu dê uma corrigida aqui e outra ali só para sua informação. E talvez eu nem corrija para não estragar o ritmo de uma boa conversa com constrangimentos desnecessários.

Obrigada por ler, por se interessar, por me dar a chance de plantar mais uma sementinha. Nossa, tenho tanto a lhe dizer. Mas, por enquanto, quero apenas fazer um trato. Hoje, você comemora por mim, pelo meu filho e pelos milhares de pessoas que lutam pela causa. E, no próximo 21/2, farei um brinde ao seu filho que tem apenas dois cromossomos 21 como manda o figurino e é tão especial quanto o meu. Viva!

 

Sobre datas e aprendizados - por Ana Castelo Branco
Ana e Mateus. <3
Entre para nossa lista e receba nossos conteúdos por e-mail :)

Ao se cadastrar você concorda com os termos da nossa Política de Privacidade.

PSIU! Você é Empreendedor/a no nicho materno-infantil ou afins? Venha conhecer o JRMBizz, nosso Hub de Negócios & Networking:

Fique conectada!

761,659FãsLike
120,900SeguidoresSeguir
73,704SeguidoresSeguir
68,400InscritosInscreva-se
spot_img
spot_img
spot_img
spot_img
spot_img

Inscreva-se na News!

Conheça o nosso guia de fornecedores

Todo mundo está lendo

Faça Parte da Comunidade do Just Real Moms!

Oba! Chegou a hora de conversarmos!

1 COMENTÁRIO

  1. me identifiquei muito com o texto desta mãe… convivo com duas meninas que tem SD.
    Uma é minha afilhada e outra filha de uma grande amiga. sobre o texto eu poderia substituir todas as palavras sobre a Síndrome de Down por adoção. tenho um filho que foi adotado e penso assim…

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Por favor, digite seu nome aqui

Gostou deste post? Leia outros também:

Mães Invisíveis: A Dor do Luto Materno

Quando uma mulher se torna mãe? Ao receber teste positivo? Ouvir o coração bater? Comprar a primeira roupinha? Sentir...

Mãe tigre ou mãe coruja? Impactos na personalidade dos nossos filhos!

Oi, meninas! Tudo bem? Virei super fã do escritor Marcos Meier e resolvi colocar mais um texto dele para vocês......

A mala de viagem perfeita para todas as idades!

Venha saber como organizar uma mala de viagem perfeita para todas as idades se for viajar durante um final...

20 curiosidades que acontecerão durante o primeiro ano do bebê!

Olá mamães e papais! Trouxemos 20 curiosidades que acontecerão durante o primeiro ano do bebê! Esses dias uma amiga, mãe...