domingo, 21 dezembro, 2025

Como desenvolver o autocontrole do meu filho? – por Carla Poppa

 

Olá, meninas!

Tudo bem?

Quem escreve o post de hoje é nossa querida colunista de psicologia Carla Poppa! Ela vai ajudar as mamães com a seguinte questão: Como desenvolver o autocontrole do meu filho? Carla nos conta que esse pode ser um processo longo e demorado, além de ser um processo de autoconhecimento. Em algum momento, os pequenos devem aprender a identificar o que estão sentindo, para saber quando estão se excedendo ao expor alguma emoção ou sentimento. Muito interessante!

Confiram!

 

Como desenvolver o autocontrole do meu filho?

 

Dicas para desenvolver o autocontrole da criança

Ajudar o filho a desenvolver o autocontrole é algo bastante desafiador para os pais. Principalmente, porque o significado que cada pessoa atribui para essa habilidade costuma variar bastante. Muitas pessoas acreditam que o autocontrole está ligado a capacidade de não se afetar ou de não expressar suas emoções no dia a dia. Porém, essa forma de lidar com as próprias emoções pode levar a uma falta de autoconhecimento e, a longo prazo, a uma sensação de vazio diante das atividades que se realiza. O processo de desenvolvimento do autocontrole, por sua vez, é mais longo e delicado. A criança precisa, primeiro aprender a identificar e nomear suas emoções, para que, aos poucos, possa começar a aprender de que forma ela pode exercer algum tipo de controle sobre o que sente. Para isso, descrevi alguns cuidados que podem ajudar a criança nesse processo:

 

Quando a criança estiver chorando, agitada ou expressando algum tipo de desconforto ajude-a a dar um nome para o que ela está sentindo.

O desenvolvimento do autocontrole é um processo que tem início com o autoconhecimento. Para ajudar a criança no início dessa caminhada, talvez, o cuidado mais importante seja ajudá-la a nomear o que ela está sentindo.  Isso porque quem consegue identificar o que sente tende a ter mais facilidade para assumir o controle das suas emoções ao invés de agir de forma automática. Para isso, nos momentos em que a criança estiver chorando, experimente perguntar a ela: O que você está sentindo? É possível que ela consiga responder por conta própria, mas é provável que nas primeiras tentativas ela precise da ajuda dos pais para dar um nome para o que está lhe causando um desconforto emocional. Para ajudá-la, quando os pais testemunharam a situação que fez com que seu filho começasse a chorar, como o fato de um amigo ter tirado o brinquedo da mão dele, por exemplo, eles podem dizer algo como: Parece que você ficou com raiva ou triste com o que seu amigo fez. Me conta se é isso mesmo que você está sentindo…

 

Ofereça alternativas para a criança de como agir para assumir o controle das suas emoções e não reagir a esse sentimento de forma automática.

Nessas conversas também é possível começar a ajudar a criança a se controlar diante da emoção que ela expressa. No exemplo da raiva, quando a criança percebeu o que estava sentindo, os pais podem pedir para dar uma volta com ela e sugerir algumas ações que costumam fazer quando sentem raiva para se acalmar, como por exemplo, dar alguns gritos quando não tiver ninguém por perto ou bater em uma almofada. É possível que ao nomear e ajudar a criança a buscar um alívio para a emoção que lhe trouxe desconforto, ela volte a usufruir da sensação de bem estar e possa retomar a brincadeira com o amigo. Nesse processo, é importante notar que a criança não precisou abafar o que estava sentindo, tampouco agiu de forma agressiva com o amigo, o que poderia provocar ressentimento e desgastar essa relação.

 

É importante lembrar que a frustração também é uma emoção que a criança precisa de ajuda para aprender a lidar e a se controlar quando se sente dessa forma.

A tolerância às frustrações que a criança enfrenta ao longo da vida também está relacionada com a sua capacidade de autocontrole diante do contato com essa emoção. Por isso, é importante ajudá-la a lidar com a frustração ao invés de esperar que ela possa ser indiferente a este sentimento ou que venha a aprender a se controlar por conta própria.

Muitas vezes, quando se diz que as crianças precisam aprender a tolerar a frustração, os pais podem ficar com a impressão de que deixar a criança chorando quando não tem seu desejo atendido é um cuidado que tem essa intenção. Porém, nesses casos, a criança não está aprendendo a identificar o que está sentindo e nem formas de como agir para voltar a se sentir bem diante desse incômodo, que são as habilidades essenciais do autocontrole. Assim, é possível impor limites e dizer que não vai comprar o brinquedo que a criança viu na vitrine de uma loja durante um passeio no shopping e ao mesmo tempo ajudá-la a lidar com a frustração que o “não” lhe provocou, por exemplo. Nesse caso, os pais podem, assim como no exemplo da raiva, dar uma volta com a criança, pedir para que ela respire fundo, para que possa ouvir o que eles têm a dizer e comentar: Eu entendo o que você está sentindo, você está frustrada. Essa é uma forma de ajudar a criança a dar um nome para o seu mal estar e sair da confusão emocional na qual se encontra, sem precisar atender o seu desejo. A partir dai, com a criança mais calma, é possível oferecer referências de como agir para superar o mal estar provocado pela frustração.

Alguns pais estabelecem regras e combinados, como definir que vão dar presentes em determinadas datas especiais. Enquanto outros ajudam a criança a desviar sua atenção, propondo outra atividade prazerosa como ir tomar sorvete. Essas referências são bastante pessoais e geralmente funcionam quando os pais se inspiram na forma como eles próprios agem quando se sentem frustrados. Ou seja, quando conseguem ter empatia e se colocar no lugar da criança. Dessa forma, a criança assimila habilidades para lidar com a frustração. Assim, ao invés de se paralisar no contato com essa emoção, ela pode superar o mal estar que experimentou e persistir na busca pelos seus objetivos no dia a dia, o que, com o tempo, também ajudará no fortalecimento da sua autoconfiança.

 

Carla C Poppa é psicóloga formada pela PUC-SP, fez especialização em Gestalt Terapia pelo Instituto Sedes Sapientae. É mestre e doutoranda em desenvolvimento infantil na PUC-SP. Atende em seu consultório, na Rua Dr. Veiga Filho, 350, em Higienópolis, crianças, adolescentes e adultos, onde também orienta pais em sessões individuais ou em grupo. Para falar com ela escrevam para: poppa.carla@gmail.com ou acessem o blog: www.carlapoppa.blogspot.com.br

Facebook – Cuidados e Saúde mental – Psicóloga Carla Poppa

Instagram – @cuidadosesaudemental

 

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2 COMENTÁRIOS

  1. Incrivel colocação. Por algum tempo notei que minha filha quando tinha cinco anos chorava sem que eu entendesse a razão, como era bem pequena eu agia com preocupação e colocava ela numa bacia grande para um banho conversava com carinho más não conseguia entender bem. Minha filha sempre foi muito bela e não expunha o que sentia na maioria das vezes e por isso ficava muito dificil saber quando seus sentimentos estavam ferido, eu sempre quiz ser a melhor mãe do mundo más… tentando acertei errei muitas vezes. Digam por favor como ajudar uma filha jovem a reconhecer o seu potencial e adiquirir a auto-confiança.

  2. Parabéns pelo artigo. Extremamente útil e didático. Venho tentando aplicar essas orientações no dia a dia e, realmente, senti que agora estou conseguindo travar um diálogo com meu filho. Essa questão da empatia é fundamental, colocar-se no lugar da criança ajuda-nos a identificar o sentimento que a levou a ter um comportamento que às vezes nos desagrada. E, a partir daí, podemos ajudá-la a escolher caminhos mais interessantes para lidar com suas frustrações.

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